Ninguém cria um negócio cujo intuito não envolva o lucro monetário, evidentemente, mas para esse metal que já foi tão vil, é chegado o momento na História da humanidade, cada vez mais, de o vestir bem: tem de ser luz, tem de estar ao nosso serviço e não o contrário. Perdem-se coisas com o ‘micro’, é certo, contudo o ‘macro’ que se ganha é de um outro nível, substancialmente mais recompensador, quer para a editora, quer para os/as autores/as. Assim nos identificamos, assim estamos e sentimo-nos em Casa: é um Lar.

A L’Amulette Rose (LAR) publishing – folklore, storytelling, cultural heritage, life- nasceu de um sonho antigo, uma necessidade premente e do agudizar trazido pelo advento covid.

Muitos de nós temos memória de, em crianças, irmos de férias em Agosto ou pelo Natal até às aldeias dos nossos avós. Locais arredados do frenesim da cidade, mágicos, verdes, povoados de floresta, de boas gentes e de tantas estórias!

Em torno da fogueira, os nossos avós narravam arrepiantes causos de bruxas e feiticeiras, superstições e ditados certeiros. Eram tão reais para a aldeia e tão obedecidos como a ida à missa ao Domingo. Leia-se, quase, que o senhor Padre não gostava nada dessas coisas e fazia era falta todos respeitarem o Nosso Senhor.

Às vezes, eram os avôs, que contavam como tinha sido lá no estrangeiro, emigrados, de corpo exaurido, mas era preciso mandar dinheiro para casa. As avós, diziam, tiveram de ser pai e mãe em simultâneo – matriarcas que colecionavam outro tipo de cicatrizes, internas. Quanta sabedoria concentrada nos nossos avós, na terra que os viu nascer.

Os nossos anciãos estão a desaparecer… particularmente verdade e marcante no período que sucedeu o covid (e assim perdura). Para onde vão essas estórias, essa sabedoria?

Estimado leitor: qual é a primeira recordação que o leitor tem da sua infância, das aventuras e mitos que os seus pais ou avós lhe contaram? Então e as outras, recorda-se de todas as outras estórias que ouviu?